quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Nintendo GameCube, muitas pedras num caminho amargo

INTRODUÇÃO


Nintendo GameCube (apelidado "Cube", abreviado NGC) é um console de video game produzido pela empresa Japonesa Nintendo, lançado no mercado estadunidese e japonês em novembro de 2001. É o sucessor do Nintendo 64, e seu codinome durante a produção era Dolphin. A intenção da Nintendo ao lançar este videogame era tentar retomar o mercado perdido para a Sony e seu PlayStation, todos parte dos consoles de sexta geração. Este console trouxe algumas novidades como a interação com o console portátil Game Boy Advance e um controle desenhado para melhor se adaptar aos jogadores de todas as idades. Alguns jogos de sucesso para esta plataforma são The Legend of Zelda: The Wind WakerSuper Mario SunshineMetroid Prime e Resident Evil 4. A Nintendo anunciou o fim da produção do GameCube no início de 2007. Seu código de modelo é DOL-001 (cuja sigla vem de DOLphin - o codinome do console).


SOBRE O INDIVIDUO...

wall_gamecube_grey[1]
A sexta geração começou com tudo. A SEGA apostou todas as suas últimas fichas no sensacional Dreamcast. Bons jogos, boas campanhas de marketing e um futuro promissor, no entanto, não foram suficientes para mantê-lo respirando quando a Sony anunciou o lançamento do PlayStation 2.
Apesar dos problemas iniciais, o PlayStation 2 vendeu mais fácil do que água mineral. As pessoas ficaram histéricas e todo mundo gostaria de ter um. Amargando a segunda colocação em número de vendas na geração passada com o Nintendo 64, cabia a Nintendo reconquistar seu público que evadia para outras plataformas. Não tinha jeito, os esforços agora seriam para reconquistar seu público. O encarregado: Nintendo GameCube.

Não dá para tapar o sol com a peneira: o Nintendo 64 foi sim um bom console, mas não cumpriu com o objetivo de manter a Nintendo na liderança. Uma das tarefas mais difíceis é dizer se isso aconteceu por causa do console ou pela concorrência esmagadora do PlayStation.
O lançamento do Dreamcast em 1998 (dois anos após o N64) determinou o início de uma nova geração. Apesar de tecnologicamente superior, o Dreamcast não convenceu o grande público. O PlayStation continuava vendendo como água e, a esta altura, ao menos que você fosse muito fã da Nintendo, era difícil se convencer a comprar um N64.
Os rumores de que o sucessor do PlayStation estava por vir foram suficientes para estremecer a base de futuros usuários do Dreamcast e preocupou a Nintendo que, com menos de 2 anos de N64, já começava a desenvolver o “Projeto Dolphin”.

O primeiro anúncio, sem muitos detalhes, ocorreu durante a E3 de 1999. Apenas foi dito que a empresa estava trabalhando em um novo projeto – e foi isso.
O anúncio e todos os detalhes técnicos viriam somente na Nintendo Space World 2000, no Japão. O projeto que antes era chamado de Dolphin ganhou forma e nome: o GameCube seria um console pequeno, de formato cúbico e que tinha por objetivo entregar uma poderosa experiência ao usuário por custo inferior a concorrência.
Além disso, esse seria o primeiro sistema Nintendo a utilizar oficialmente uma mídia óptica como meio de armazenamento dos jogos (não confunda: o Famicom Disk System e o Nintendo 64DD foram acessórios, e vendidos apenas no Japão). No entanto, ao contrário do que se esperava (e que era tendência no mercado), a empresa resolveu adotar um formato proprietário de mídia, o MiniDVD de 1.4 GB, ao invés dos DVDs comuns. Boatos correram à época sobre essa decisão ser uma tentativa da Nintendo não ter que pagar para usar o formato DVD, de propriedade da Sony.

Como era esperado, o anúncio causou euforia. Muitos ficaram impressionados com os vídeos de jogos em desenvolvimento apresentados, enquanto muitos outros continuaram céticos quanto às capacidades do console e, principalmente, a arriscada escolha de uma mídia proprietária de menor capacidade de armazenamento – o que lembrou a decisão de continuar utilizando cartuchos no Nintendo 64.
O MiniDVD, desenvolvido pela Matsushita, foi uma alternativa escolhida pela Nintendo para não pagar royalties à Sony pela utilização de DVDs comuns.Nos bastidores da indústria, o sentimento era outro. Ficou claro para as third-parties que os esforços da Nintendo estavam concentrados em entregar um hardware que superasse as limitações e dificuldades de se programar para o Nintendo 64. O hardware não só era bem desenhado, como também era acessível, descomplicado e amigável. E apesar da sua simplicidade, ainda era capaz de enfrentar a concorrência de frente. Depois de espantar as desenvolvedoras e produtoras com o N64, a ordem agora na Nintendo era reconquistá-las.
A oferta de um hardware mais acessível casou perfeitamente com a estratégia da empresa de rejuvenescer as relações com as desenvolvedoras. Ao contrário do que acontecera anteriormente em que a Nintendo fora acusada de práticas monopolistas contra as third-parties, agora a empresa abertamente pedia ajuda para que desenvolvessem para a nova plataforma. A política agora era a da boa vizinhança e a empresa procurava as desenvolvedoras para sugerir jogos a serem produzidos – inclusive jogos de franquias da própria Nintendo.
Tal política de relacionamento deu certo e, futuramente, viria a render vários jogos exclusivos e multiplataforma que sequer sonhavam aterrissar no GameCube.

VIRADA DE MESA PARA A GIGANTE DE TÓKIO


Apesar do nome 'GameCube', o console da Nintendo não era exatamente cúbico. Seu design, como um todo, foi alvo de críticas de muitos especialistas, que afirmavam que ele não parecia um aparelho eletrônico, mas sim um simples brinquedo.Depois da histeria pós-anúncio, pouco se falou do GameCube. Claro, a expectativa existia, mas o que se viu foi o PlayStation 2 crescendo cada vez mais. Nesse meio tempo, Onimusha: Warlords foi o primeiro título a alcançar a marca de 1 milhão de unidades vendidas no PlayStation 2, comprovando a popularidade do console depois de apenas 15 meses de lançamento.
Finalmente, em 14 de setembro de 2001, o GameCube chegou às prateleiras nipônicas. Três jogos foram oferecidos ao público: Luigi’s Mansion,Wave Race: Blue Storm Super Monkey Ball e o console vendeu cerca de 300 mil unidades. Dois meses depois, sob o slogan “Who Are You”, o vídeo game chegava em solo norte-americano e tentava atingir o público que outrora lhe pertencera no Nintendo e Super Nintendo, levando-os a refletir sobre a ideia “você é aquilo o que joga”.
Luigi's Mansion foi um dos jogos mais bem sucedidos no console. Seu sucesso rendeu uma continuação para o Nintendo 3DS: Luigi's Mansion 2Wave Race: Blue Storm é a continuação de um jogo que deu muito certo no N64: Wave Race 64Super Monkey Ball foi considerado um dos 25 melhores jogos para o Cubo
As expectativas eram boas. Tinha-se uma biblioteca vasta e atraente de jogos no lançamento, totalizando 12 (sendo somente 2 deles da Nintendo), as campanhas de marketing eram boas e, o principal, a empresa havia reconquistado o apoio dasthird-parties. Se levarmos em consideração que no lançamento do N64 nos EUA o console tinha somente 2 jogos disponíveis, ambos da Nintendo, fica claro que os esforços da Big N estavam dando retorno. O futuro era promissor. Era a hora da virada.
O abandono dos cartuchos e a adoção do MiniDVD era mais um fator promissor ao sucesso do Cubo, como ficou conhecido. Com ele, o desenvolvimento de jogos se tornava mais rentável e mais fácil. Se antes as desenvolvedoras levavam meses para entregar um jogo para o Nintendo 64 e tinham que esperar semanas até que eles fossem “transplantados” para um cartucho (e só a Nintendo poderia fazer esse processo, para “garantir a qualidade”), com a nova mídia as coisas ficaram mais fáceis. Agora era necessário apenas a aprovação da Nintendo quanto ao conteúdo do jogo – a produção da mídia poderia ser feita por elas e custava muito menos tempo, agilizando o ciclo de produção e logística de distribuição.
A empesa ainda se orgulhava de ser mais difícil piratear o pequeno DVD e deixou claro que a escolha por esse tipo de mídia também havia sido motivada por esse fator. De fato, por algum tempo foi difícil encontrar jogos “genéricos” para o Cubo, uma vez que, à época, os gravadores de DVD não tinham tantos recursos quanto os encontrados hoje.

OS JOGOS QUE FIZERAM SUCESSO NO CUBO MÁGICO


A Nintendo sempre pode contar com muitos títulos de qualidade em todos os seus consoles, nem mesmo que a maioria deles fosse dela própria. Contudo, durante a era do Nintendo 64 ela deixou de contar com o apoio de algumas desenvolvedoras, em especial da Square que cancelou Final Fantasy VII para a plataforma e o levou para o PlayStation.
A nova política de relacionamento com as third-parties surtiu bastante efeito e a empresa conseguiu se reaproximar delas. Pode-se arriscar e dizer que foi durante a era do GameCube que a Big N teve o melhor relacionamento com as desenvolvedoras.
Durante esta época surgiram muitas boas parcerias e algumas delas duram até hoje. Talvez a principal tenha sido a da Capcom que se mantem firme e forte e é uma das principais aliadas da Nintendo na produção de jogos para o 3DS. No GameCube, surgiram títulos exclusivos como Resident Evil ZeroResident Evil Remake e Resident Evil 4. Outros jogos exclusivos de terceiros que merecem destaque são Harvest Moon: A Wonderful LifeTales of SymphoniaFinal Fantasy: Crystal Chronicles e Star Wars Rogue Squadron III: Rebel Strike. Novas franquias, como Animal Crossing, também foram lançadas mundialmente na plataforma.
Resident Evil Zero para GameCubeResident Evil Remake para GameCubeResident Evil 4 foi lançado com exclusividade para o GameCube. As poucas vendas, no entanto, fizeram a Capcom levá-lo a outras plataformas.Harvest Moon exclusivo para GameCube. Posteriormente, edições especiais sairam para outros consoles.Tales of Symphonia para GameCubeFinal Fantasy: Crystal Chronicles para GameCube Star Wars Rogue Squadron III: Rebel Strike para GameCubeAnimal Crossing foi lançado originalmente para N64, mas o jogo apresentou muitos problemas e ficou apenas em terras nipônicas. Foi no GameCube que a franquia teve o lançamento que merecia, alcançando todo o globo.
Como todo bom console da Nintendo, não poderia faltar os bons jogos das excelentes franquias criadas por ela. Apesar de não ser tão aclamado quanto Mario 64 e Mario Galaxy, Super Mario Sunshine foi um dos grandes títulos do console e ainda assim é um game acima da média para os jogos de plataforma. The Legend of Zelda: The Wind Waker impressionou e gerou polêmica pelos gráficos cartunescos, se tornando um dos melhores jogos da série até hoje. Super Smash Bros. Melee foi a excelente sequência do sucesso do N64, trouxe um bom modo single player e multiplayer fantástico e divertido. Finalmente, Metroid Prime foi uma grande aposta da Nintendo – correndo todos os riscos em converter um jogo de plataforma em FPS, a empresa o fez com sucesso e excelência.
Super Mario Sunshine é um jogo brilhante e acima da média, como todos os jogos do Mario. Porém, para muitos, se comparado aos demais, fica abaixo da média.O polêmico e aclamado The Legend of Zelda: The Wind Waker para GameCubeAté hoje há torneios de Super Smash Bros. Melee mundo a fora, mesmo depois do lançamento de BrawlMetroid Prime foi uma aposta ousada da Nintendo, que pegou um jogo de plataforma e transformou, com execelência, em FPS
Sim, o Cubo teve grandes lançamentos. Bons jogos que estão na memória dos jogadores e vivos até hoje graças à retrocompatibilidade do Wii com o console. No entanto, tempos depois do lançamento do aparelho nos EUA, um estranho, e conhecido, fenômeno voltou a assombrar a plataforma da Big N: os consoles não estavam vendendo.

Especificações Técnicas

Especificações técnicas
CPUGPU
GEKKO.jpgIBMGekko
Frequência de clock:
485 MHz
Lisura:
0,18 µm
Barramento:


  • Base do core: PowerPC 750CXe (versão modificada do PowerPC G3 750 RISC, com 50 novas instruções)[5]
  • Dimensão do chip: 43mm²
  • Processo de fabricação: Tecnologia IBM Copper Wire (fios de cobre)
  • Número de transistores: 21 milhões
  • Capacidade da CPU: 1125 Dmips (Dhrystone 2.1)
  • Precisão de dados internos
    • 32 bit Integer
    • 64 bit Floating-point, usado como 2x32 bit
  • Tranferência de dados externa:
    • 1.3 GB/s (Máximo)
    • Endereçamento 32 bit
    • Pacotes de 64 bit a 162 MHz
  • Cache Interno
    • L1: Instrução 32KB, dados 32 KB (8 vias)
    • L2: 256 KB (2 vias)
Gamecube flipper.pngArtX/Nintendo
(A ArtX foi adquirida em 2000 pelaATI Technologies, que foi adquirida pela AMD em 2006)
Flipper
Frequência de clock:
162 MHz
Lisura:
0,18µm


  • Dimensão do chip: 106 mm²
  • Processo de fabricação: tecnologia de NEC DRAMacoplada
  • Número de transistores: 51 milhões
  • Buffer de frame acoplado:
    • Aproximadamente 2MB de capacidade
    • Latência sustentável de 6.2 ns (nanosegundos)
    • RAM tipo 1T-SRAM
  • Cache de texturas acoplado:
    • Aproximadamente 1 MB de capacidade (permitindo ao equivalente de 6MB de texturas não-comprimidas para serem armazenadas usando a tecnologia S3TC)
    • Latência sustentável de 6.2 ns (nanosegundos)
    • RAM tipo 1T-SRAM
  • Transferência de Leitura de Texturas: 10.4 GB/s (máximo)
  • Velocidade de acesso à memória principal 2.6 GB/s (máximo)
  • Taxa de Preenchimento de Pixels: 648 Megapixels/segundo (162 Mhz x 4 Pipelines)
  • Cores:
  • Funções de processamento de imagens:
    • Neblina
    • Subpixel anti-aliasing
    • Controle horizontal e vertical de sombra (8x)
    • Alpha blending
    • NURBS
    • Transparência
    • Environment mapping (simulação de superfícies espelhadas)
    • Design de textura virtual
    • Mapeamento multi-texturas
    • MIPMAP
    • Filtro bilinear
    • Filtro trilinear
    • Filtro anisotrópico
    • Descompressão de texturas em tempo real (S3TC)
    • Descompressão da lista de display em tempo real
ÁudioMídia
Macronix DSP modificado
Canais de áudio:
64


  • Frequência de clock: 81 MHz
  • Memória para Instrução:
    • 8 KB para RAM
    • 8 KB para ROM
  • Memória para Dados:
    • 8 KB para RAM
    • 4 KB para ROM
  • Codificação: ADPCM
  • Qualidade do Sinal Digital: 16 bit
  • Frequência de Sampling (Amostragem): 48 KHz
  • Sinal "Dolby Pro Logic II" através da "Saída Analógica"
  • Sinal AC3 através da "Saída Digital" com o cabo D-Terminal
Gamecube-disk.jpgGameCube Optical Disc
Capacidade normal:
1.5 GB


  • 8 cm de diâmetro
  • Produzido pela Matsushita (também conhecida como Panasonic)
GameCube Optical Disc é um disco óptico de 8centímetros, o formato conhecido por miniDVD. A capacidade é 1,5 GB. Fora escolhido pela Nintendo por ser mais difícil de falsificar que CDs/DVDs comuns, além de ter um tempo de leitura/carregamento bem menor do que as mídias dos seus concorrentes Xbox e PlayStation 2. A mídia, no entanto, não emplacou, e seu sucessor, o Wii voltou a adotar a mídia padrão, o DVD5.
dimensões
Peso:
150 mm110 mm161 mm
larguraalturaprofundidade


  • Capacidade de Floating-Point (Ponto Flutuante) do Sistema: 10.5 GFLOPS (máximo)
  • Número de Polígonos em Tempo Real: 6 a 12 milhões (máximo, assumindo condições de jogo com modelos complexos, totalmente texturizados, iluminados, etc)
  • RAM Principal:
    • Aproximadamente 24 MB de capacidade
    • Latência Sustentável: 10 ns (nanosegundos)
    • RAM tipo 1T-SRAM
  • RAM Auxiliar:
    • Aproximadamente 16 MB de capacidade
    • Clock de 81 MHz
    • RAM tipo DRAM
  • Drive de Disco:
    • Tipo: CAV (Constant Angular Velocity - Velocidade Angular Constante)
    • Tempo de Acesso Médio: 128 ms (milisegundos)
    • Transferência de Dados: Entre 2 e 3.125 MB por segundo
  • Portas para Controles: 4
  • Portas para Memory Cards: 2
  • Saída AV Analógica: 1
  • Saída AV "Digital": 1 (retirada dos modelos fabricados a partir de maio de 2004 - modelo DOL-101)
  • Porta Serial de Alta Velocidade: 2
  • Porta Paralela de Alta Velocidade: 1
  • Alimentação: Adaptador AC 12 volts x 3.25 Amperes
O controle foi desenhado para se adequar melhor nas mãos, e tem a função Rumble (tremer) embutida. O controle tem os tradicionais botões direcionais em forma de cruz (D-pad), e como o DualShock do PlayStation, possui duas alavancas analógicas. Seus botões são o Start/Pause, os botões de ação A (verde), B (vermelho), X e Y (prata), gatilhos R e L nas bordas (que afundam com apenas um toque) e o botão Z (posicionado sobre o R). Há uma versão wireless, que usa pilhas e funciona por radiofrequência, o Wavebird.


O QUE DEU ERRADO PARA ACABAR COM A MÁGIA DO CUBO MÁGICO?


A campanha “Who Are You?” utilizada pela Nintendo foi um sucesso e muitas produtoras licenciaram o slogan para utilizar junto às campanhas de marketing dos seus títulos. A ideia de reconquistar antigos jogadores era clara, e é óbvio que as produtoras gostariam de tomar proveito dela.
Anúncio da baixa de preço do Nintendo GameCube. A esse ponto, valia até mesmo dar um Double Dash de graça para impulsionar as vendasNo entanto, a ação que tinha por objetivo resgatar antigos jogadores do Nintendo e do Super Nintendo, falhou ao alcançar um público inesperado: crianças e idosos que jamais ouviram falar do Super Nintendo, tampouco do Nintendinho. Apesar da Big N ter visto o resultado com bons olhos, como uma nova oportunidade de conquistar um público inesperado, as desenvolvedoras não enxergaram a situação dessa forma.
Em paralelo a esta situação inesperada, lentamente o outrora aclamado MiniDVD começava a se mostrar como um dos principais fatores desencorajadores ao desenvolvimento de jogos à plataforma – o ceticismo de parte do público da Space World 2000 se confirmara.
O pouco espaço de armazenamento da mídia forçava às softhouses abusarem do sistema de compressão de texturas da plataforma, o S3 6-to-1, que as comprimia a 1/6 do tamanho original sem perda de qualidade. Quando as texturas não eram comprimidas mais que o normal, as cutscenes e CGs acabavam ficando de fora da jogatina. Lançar o jogo em dois discos foi uma opção adotada por poucas produtoras pelos custos envolvidos. Lentamente, as relações banhadas a ouro construídas pela Nintendo com as third-parties começaram a se desgastar.
A situação se tornou crítica em 2003 quando a Nintendo teve que suspender a produção do GameCube por um determinado período para que as unidades que estavam encalhadas nas prateleiras fossem escoadas. Como saída, o valor do vídeo game foi reduzido de U$199,00 para apenas U$99. A redução, no entanto, não teve o efeito esperado e o número de vendas apenas permaneceu estável.

Nesta altura do campeonato, algumas desenvolvedoras já limitavam o lançamento dos ditos jogos “hardcore” para o console, uma vez que grande fatia do seu público consumidor seria, tecnicamente, de pré-adolescentes. Houve o caso da Eidos Interactive que chegou suspender o desenvolvimento para a plataforma, cancelando vários títulos já anunciados. Felizmente, tempos depois a empresa voltou atrás e lançou bons títulos como Lego Star Wars: The Video Game e Tomb Raider: Legend. Ah, e lembram-se da super parceria com a Capcom que rendeu a exclusividade de Resident Evil 4? Essa fora arranhada a ponto da Capcom decidir lançar o jogo para outras plataformas na tentativa de tornar o título mais lucrativo, já que ele não vendeu tanto quanto o esperado.
O Broadband Adapter veio suprir a demanda de jogos online para o GameCube, porém pouquíssimos jogos deram atenção a esse campo no GameCube. Destaque para Phantasy Star OnlineAlgumas outras pessoas alegam a falta de suporte à jogatina online por parte da Nintendo como um dos principais fatores pelo desinteresse do público. Em tempos de PlayStation 2 com Network Adapter, Dreamcast com modem embutido e, posteriormente, o Xbox com a Live, parece mesmo que esse fator possa ter atrapalhado. Mas mesmo com o lançamento de um modem e um adaptador de banda larga para o console, não houve maiores interesses por esse tipo de jogatina por aqui.
Não fossem as cores, o controle do GameCube pareceria um controle bem normal se comparado ao do Nintendo 64A verdade, nua e crua, é que nesta geração a Big N perdeu um pouco da sua identidade na tentativa de se aproximar mais do negócio aos moldes da concorrência. A gigante de Kyoto sempre foi conhecida por seu pioneirismo nos consoles e jogos – é fato, a Nintendo sempre inovou e trouxe novidades a nós antes da concorrência. Um exemplo que talvez nem seja tão importante, mas que faz sentido, está nos controles do N64 e GameCube. Enquanto o do N64 tinha suas particularidades (destaque para o botão Z estrategicamente posicionado como gatilho), o do GameCube parece um controle muito comum, não fosse suas cores e sua excelente ergonomia. E antes de você reclamar, aqui vai um exemplo de que isso é verdade: você é capaz de imaginar GoldenEye 007 sendo jogado, naquela época, em algum outro console que não o N64? Não, né? O porquê disso é simples: o controle. Infelizmente, não podemos dar o mesmo destaque ao do GC.
Outra verdade – e essa até pode ser mais dolorosa – é que o console nunca teve um “jogão daqueles de matar” ou algo que, por menor que fosse, conseguisse despertar o desejo de comprar o vídeo game apenas para experimentar algo novo.

EU SE FUI, MAIS DEIXEI MEU LEGADO, E MINHA SEMENTINHA...


Com a rápida paralização da produção do GameCube em 2003, já era suficientemente claro que o console não alcançaria o objetivo de dar a volta por cima e reaver o posto de primeiro lugar que a Nintendo ocupou por duas gerações seguidas.
Ao invés disso, na eterna “Guerra dos Consoles”, o console ocupou apenas a 3ª colocação, vendendo pouco mais de 21 milhões de unidades em todo mundo, contra as 24 milhões do Xbox e, pasmem, 154 milhões do PlayStation 2.
Com os erros do GameCube a Nintendo conseguiu enxergar dois públicos que até então permaneciam inexplorados: o de jogadores casuais e idosos.Mesmo os números falando e tendo sua própria realidade, não se pode negar que o GameCube foi inesquecível para quem teve a oportunidade ter um. Para a Nintendo, o vídeo game deixou um legado enorme e a certeza de que era possível sim reconquistar o topo do mercado. Eles só precisavam fazê-lo do jeito certo.
A arquitetura simplificada do vídeo game talvez tenha sido a decisão mais acertada. Os desenvolvedores se divertiam com tamanha facilidade em fazer jogos para o console. No entanto, após o desgaste das relações com as third-parties, a Nintendo passou a carregar a plataforma sozinha, de novo. Ao todo foram mais de 600 títulos lançados, sendo os 10 mais vendidos deles todos da Nintendo.
A campanha “Who Are You?” atingiu um público que antes não era enxergado por nenhuma outra empresa: o casual. Valendo-se desse público e do resultado dessas campanhas que virtualmente não deram certo, a Nintendo construiu uma nova plataforma que reuniria gerações de uma mesma família: o Wii. O resultado vocês conhecem – e saberão mais sobre em breve.
Os erros e acertos com o GameCube fez a empresa despertar para um problema que até então só havia sido jogado para debaixo do tapete: a concorrência existia, e era muito forte!

Acessórios

Assim como em outros consoles da Nintendo, o GameCube teve uma grande quantidade de acessórios.
  • Controles - disponíveis nas cores Indigo, Black, Spice (Laranja), Platinum e Indigo-clear. Também foram criados diversos controles em edições limitadas,como os controles temáticos Mario,Luigi e Wario (os três respectivamente nas cores vermelho, verde e amarelo e com o logotipo do personagem) lançados exclusivamente no Japão, como metade "Platinium" e a outra metade com a cor "Red", com o logotipo "M" do Mario no lugar do tradicional logotipo do Nintendo GameCube visto nos controles normais. Também foram feitos controles específicos para certos jogos, como um controle em forma de motosserra especialmente para o Resident Evil 4. Recentemente a Nintendo anunciou que lançará um controle na cor branca (combinando com oWii, sucessor do console) previsto para maio de 2008 no Japão.
  • Wavebird - versão do controle sem-fio através de ondas de rádio.
  • Memory Cards - cartões onde ficam salvos o progresso dos jogos. Foram lançadas versões de 59, 251 e 1019 blocos, com o máximo de 127 arquivos (independente do tamanho) por cartão. Agora também tem disponível Memory Card USB permitindo salvar ou recuperar seus jogos no PC.
  • Nintendo GameCube-Game Boy Advance cable - conecta o GameCube com o Game Boy Advance para os jogos que ofereciam suporte a esta característica.
  • Adaptadores de Modem ou Banda larga (para jogos pela Internet ou em LAN)
  • Game Boy Player - Permite executar cartuchos de todos os tipos de Game Boy em uma televisão, usando tanto o controle do GameCube, com duas configurações possíveis, ou um Game Boy Advance conectado.
  • Cabos de vídeo componente para compatibilidade com as tecnologias de scan progressivo com resolução de 480p que requer um GameCube com saídas para vídeo digital. Menos de um porcento dos usuários do GameCube utilizaram a resolução de 480p, e eventualmente a saída de vídeo digital foi sendo removida dos sistemas mais recentes para diminuir os custos de produção.
  • Cabos RF - para uso em televisões mais antigas. Disponível apenas em regiões que usam a tecnologia PAL.
  • DK Bongos - bongos de dois botões usados em jogos de ritmo e música como Donkey KongaDonkey Konga 2 e Donkey Konga 3, além do jogo de plataforma Donkey Kong Jungle Beat e o jogo DK Bongo Blast.
  • Microfone - conectado na segunda entrada de cartões de memória do console, foi usado nos jogos Mario Party 6Mario Party 7, e Karaoke Revolution Party para comandos de voz pré-determinados. Odama também incluia um clipe para grudar o microfone ao controle, já que os comandos eram acionados pelo botão X do controle.
  • Adaptador de Cartões SD - lançado apenas no Japão, permitia a gravação e a troca de informações entre PC e o videogame. Usado em jogos como Animal Forest e+.
  • Um pad de dança, incluido com o jogo Dance Dance Revolution: Mario Mix. Possui quatro setas.
  • Teclado ASCII - usado em jogos on-line como Phantasy Star Online Episode I & II. Ele possui, ao lado, os botões do controle normal do Gamecube para acesso aos recursos normais do jogo. Dificilmente encontrado fora do Japão.

No Brasil

O GameCube chegou oficialmente ao Brasil em agosto de 2002, exatamente um ano após seu lançamento, pela distribuidora oficial, a Gradiente. Os preços eram altos, custando R$1.199. Em 2003, a Gradiente acabou quebrando contrato com a Nintendo e o GameCube passou a vir só por importadoras.







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